A ORIGEM DA HIPNOSE

A Hipnose Clássica, como conhecemos atualmente, possui suas raízes na ancestralidade.

Nas civilizações antigas, a Hipnose era usada principalmente para fins de cura. E os primeiros indícios de sua existência se deu no Xamanismo, através da personalidade do xamã.

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Como a Hipnose começou a receber mais respeito e pesquisa no século 19, pesquisadores de outras ciências sociais começaram a fazer observações mais detalhadas dos fenômenos hipnóticos que ocorriam em culturas estrangeiras tribais. E um dos aspectos mais fascinantes, foram as tradições do transe, e o mais conhecido deles sendo o Xamanismo.

O termo “Xamanismo” que conhecemos atualmente, é derivado da língua tungue, dialeto tribal falado na Sibéria. E o Xamanismo define a personalidade do xamã, que é qualquer pessoa que acredita que ela cura através da manipulação do poder dos espíritos, usando técnicas de transe. O termo pode ser útil porque descreve uma posição social comum a muitas culturas em todo o mundo, da Ásia para a África, e para as Américas.

Os xamãs clássicos da Sibéria e do sul da Ásia, foram alguns dos primeiros a serem estudados pelos pesquisadores europeus. Conhecidos por seus cantos rítmicos, batidas de tambor, e trajes coloridos, os xamãs da Ásia preencheram uma posição importante nas suas sociedades, atuando como um canal de comunicação e de cura com o mundo espiritual.

Perceberam que os xamãs dedicavam uma atenção muito especial para o poder de concentração, antes de curar alguém, evitando qualquer tipo de distração. Observaram que o xamã mantinha-se o mais confortável e seguro possível, durante o processo de cura. Mantendo sua mente subconsciente fortemente focada no que estava fazendo. E assim perceberam que os xamãs desenvolviam um poderoso processo de visualização e sugestões, que conduzia a pessoa doente para a auto-cura.

A Hipnose tem sido uma parte importante de muitas culturas ancestrais, como Índia, Egito, Grécia, entre outras. E os primeiros registros escritos sobre Hipnose, pode ser encontrado no Papiro de Ebers – um texto médico egípcio. O Papiro de Ebers preserva o registro mais volumoso da medicina egípcia antiga.

Os antigos indianos possuíam seus Ashrams de Meditação, os egípcios tinham seus Templos do Sono e os gregos seus Santuários de Cura. Os Templos do Sono eram hospitais para cura de uma variedade de doenças. E o tratamento envolvia o canto e a dança, colocando o paciente em um estado hipnótico, para então analisar seus sonhos, a fim de determinar o melhor tipo de tratamento. As induções hipnóticas foram usadas para colocar o indivíduo em um estado de sono rápido, embora hoje, tenha sido aceito que a Hipnose seja diferente de sono.

Os elementos da Hipnose também foram desenvolvidos pelos persas, os druídas célticos, os professores chineses de religião, pelos hindus e curandeiros africanos.

Mas em grande parte, da mesma maneira que faziam nos antigos templos dedicados ao Deus do Sono, Hipnos, os xamãs empregavam grande sobrecarga sensorial, expectativa e sugestão em seus rituais para curar e prever.

Embora as práticas xamânicas terem caindo em desuso em alguns lugares, o Xamanismo continua a desempenhar um papel muito importante na vida das pessoas em todo o mundo de hoje. E apesar da Hipnose ter sido desenvolvida a partir do século 17, sua origem remota a história da humanidade, na ancestralidade xamânica.

A HISTÓRIA DA HIPNOSE

A História da Hipnose tem seu início nos primórdios das primeiras civilizações. Tendo como indício, as práticas da primeira tradição do transe, o Xamanismo. Porém, seu desenvolvimento formal se deu mais precisamente, na Europa, a partir do século 17.

O primeiro tipo de Hipnose Formal desenvolvida foi a “Hipnose Animal”, oriunda do “Magnetismo Animal” de Mesmer. Com este tipo de hipnose, os agricultores do século 17 podiam acalmar galinhas, hipnoticamente, usando diferentes técnicas. Na França, os agricultores aprenderam a hipnotizar galinhas para chocar ovos de outras galinhas. Em 1800, as pessoas hipnotizavam pássaros, coelhos, rãs, cães, gatos, cavalos, entre outros animais.

O médico austríaco Franz Anton Mesmer (1734-1815) que é reconhecido como o “Pai da Hipnose”, foi quem criou o primeiro tipo de tratamento por meio do magnetismo animal. Mesmer acreditava que havia um quanta-magnético em todas as partículas de ar que respiramos, e um “fluido cósmico” que é capaz de ser armazenado em objectos inanimados, tais como ímãs, e transferidos para os pacientes para curar a doença.

Mesmer havia curado uma mulher, que sofria de uma doença convulsiva. Durante um dos ataques da mulher ele aplicou três ímãs no estômago e nas pernas da paciente, enquanto ela se concentrava nos efeitos positivos do “fluido cósmico”. Seus sintomas desapareceram quando Mesmer aplicou este tratamento. Mesmer acreditava que o “fluido cósmico” percorria o corpo do paciente e restaurava o fluxo de energia, recuperando a saúde por inteiro.

Mesmer obteve grande sucesso com o “Magnetismo Animal” ou “Transe Magnético”, que também ficou conhecido como “Mesmerismo”, realizando este tipo de tratamento em milhares de pessoas.

Em 1835, outro grupo de pesquisadores ligados à Faculdade de Medicina de Paris, como Marquês de Puységur, Charles Deslon, Barão du Potet e Millet, retomaram o assunto do magnetismo animal, dedicando-se ao chamado “sonambulismo”, e a outros fenômenos provocados pela ação do agente magnético de Mesmer.

Puységur pensou que a vontade das ações do operador da pessoa – o hipnotizador, eram fatores importantes para o sucesso ou fracasso do magnetismo, e ele acreditava que um “fluido cósmico” não era magnético, mas sim elétrico.

Um cirurgião Inglês, John Elliotson (1791-1868) relatou em 1834, inúmeras operações cirúrgicas indolores, utilizando o magnetismo.

Um cirurgião escocês, James Braid (1795-1860), considerado o iniciador da Hipnose Científica, foi o primeiro a dar uma explicação científica para o “Mesmerismo”. Ele descobriu que alguns estudos experimentais podiam fazer uma pessoa entrar em transe, simplesmente fixando os seus olhos sobre um objeto brilhante. Ele acreditava que o Mesmerismo é um “sono nervoso” e cunhou a palavra Hipnose, derivada da palavra grega “Hypnos”, que significa sono. Porém, rejeitando a ideia de Mesmer que a Hipnose fosse induzida por magnetismo.

O médico e neurologista francês, Jean Martin Charcot (1825-1893), usava a Hipnose para tratar a histeria, que era categorizada como uma atividade neurológica anormal, assim como diversos tipos de perturbações psíquicas.

Auguste Ambroise Liébeault (1823-1904) e Hippolyte Bernheim (1837-1919), foram os primeiros a considerar a Hipnose como um fenômeno normal.

Sigmund Freud (1856-1939), o “Pai da Psicanálise”, se interessou pela Hipnose, e chegou a ler o livro de Bernheim sobre Hipnose, “De la Suggestion”, para encontrar uma explicação fisiológica da sugestão, no Sistema Nervoso. Como ele observou, os pacientes entravam em um estado hipnótico. Freud começou então a reconhecer a existência do inconsciente. No entanto, Freud rejeitou a Hipnose como a ferramenta para desbloquear memórias reprimidas, favorecendo suas técnicas de associação livre e interpretação dos sonhos.

Com o surgimento da Psicanálise, na primeira metade do século 20, a Hipnose caiu em popularidade.

Mas foi apenas na década de 1930, que o estudo moderno do hipnotismo, se desenvolveu efetivamente. Através dos estudos de Clark Leonard Hull (1884-1952), na Universidade de Yale. Onde foram realizados estudos rigorosos com a Hipnose e a Sugestionabilidade. Por meio de análises estatísticas e experimentais, os estudos de Hull demonstraram que a Hipnose não possuía qualquer tipo de ligação com o sono. E ficou comprovado que toda idéia de sono aplicada à Hipnose, obscurece o conceito, pois Hipnose não é sono, e não possui nenhuma relação para dormir.

E foi assim, que a Hipnoterapia, ou seja, a Terapia por Hipnose, foi amplamente utilizada na Primeira Guerra Mundial, na Segunda Guerra Mundial e na Guerra da Coréia. E suas técnicas foram então fundidas com a Psiquiatria, e foi especialmente útil no tratamento do que hoje é conhecido como Estresse Pós-Traumático.

Em 1950, a Medicina começou a usar a Hipnose como terapia.

Em 1952, na Grã-Bretanha, a Lei de Hipnotismo foi instituída para regular os espetáculos públicos e o ofício dos hipnotizadores.

Em 1955, a Associção Médica Britânica reconheceu o uso terapêutico da Hipnose.

Em 1958, a Associação Médica Americana aprovou um relatório sobre o uso medicinal da Hipnose. E dois anos após a aprovação, a American Psychological Association, aprovou a Hipnose como um ramo da Psicologia.

Mas foi o psiquiatra americano Milton Erickson (1901-1980), quem desenvolveu novos estudos, muitas pesquisas e novas técnicas de Hipnose, que eram muito diferentes do que era comumente praticado. Seu estilo é conhecido como Hipnose Ericksoniana, que vem influenciando fortelemente, muitas escolas modernas de Hipnose.

Dave Elman (1900-1967), foi um dos pioneiros no uso médico da Hipnose. A definição de Hipnose por Elman, ainda é amplamente utilizada entre muitos hipnotizadores profissionais. Ele é conhecido por ter treinado a maioria dos médicos e psicoterapeutas nos Estados Unidos, no uso da Hipnose. Elman também ficou muito conhecido por apresentar induções rápidas para o campo do hipnotismo.

John Cerbone ficou mais conhecido por seu trabalho na área de induções instantâneas (indução speedtrance). O seu trabalho baseia-se em seis métodos de indução de transe (tédio, confusão, perda de equilíbrio, a fixação dos olhos, desorientação, choque e sobrecarga), em uma única técnica, que produz indução instantânea de 3 a 7 segundos. Richard Nongard tem sido um colaborador no desenvolvimento destes métodos com Cerbone.

Atualmente, a Hipnose é uma ferramenta médica altamente eficaz e popular. É amplamente utilizada para o controle de hábitos e comportamentos – como parar de fumar, controle de peso, e muitos outros problemas de saúde.

Embora, muitos hipnotizadores ainda utilizem a Hipnose em seus próprios negócios, no palco e na rua, ou apenas para diversão, para hipnotizar seus amigos, colegas, e outras pessoas, a aplicabilidade mais favorável da Hipnose, é sem dúvida, para o desenvolvimento e o fortalecimento de uma comunicação mais eficiente e excelente, e que seja capaz de estabelecer entre os seres humanos, uma verdadeira conexão de alma.

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Jaya Ahow

Akaiê Sramana

ARTIGO: A ORIGEM DA HIPNOSE

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3 Comentários

  1. Pingback: A HISTÓRIA DA HIPNOSE – Akaiê Sramana Official Blog

  2. Neilton Ferreira

    Maravilhoso esse artigo, parabéns…

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  3. MCecilia

    Muito boa esta apresentação.

    Responder

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