HIPNOSE E XAMANISMO

“Na sociedade ocidental, muitas pessoas associam a palavra xamã com uma pessoa tribal mascarada e fantasiada, que dança em torno do fogo no escuro, acompanhado por batidas de tambor, em um ingênuo e misterioso ritual. Na realidade, porém, o xamã – para além da sua característica cultural da máscara, fantasia e ritual – possui uma habilidade muito real, que o distingue de outros tipos de praticantes religiosos.”

“Todos os verdadeiros xamãs são capazes de atingir estados ampliados de consciência, percepções visionárias do qual as pessoas tribais costumam chamar de mundo espiritual. Eles costumam exercer essa habilidade incomum para curar os membros das suas comunidades – espiritualmente, psicologicamente e fisicamente. Dirigido pela força e por motivações altruístas, o xamã tradicional é um mestre do transe. ”

– Hank Wesselman, Spiritwalker (Introdução)

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A Hipnose proporciona o desenvolvimento de habilidades e competências mentais que direcionam qualquer pessoa a facilmente estimular a imaginação de quem quer que seja, buscando envolver a imaginação da pessoa na contemplação de novos pensamentos, imagens e sentimentos favoráveis, de auto-capacitação, auto-estima, criatividade, empoderamento, alegria e cura.

Mas para que isso aconteça, a pessoa precisa ser um curador inato, precisa se concentrar para induzir a pessoa ao transe, para então conduzi-la ao “estado extra-ordinário” da mente, muito diferente da realidade tridimensional que conhecemos, onde esta localizada a “consciência normal de vigília”. Visando amplificar o enquadramento atual da realidade, para trazer novas oportunidades de percepções, que sejam capazes de reenquadrar a realidade ordinária do sujeito.

A maioria dos hipnotizadores de hoje usam principalmente a linguagem falada, ou seja, o transe conversacional, para ajudar o cliente entrar em transe hipnótico. Recursos visuais não-verbais para fixação da atenção, como discos giratórios, velas, relógios de balanço, e na sequência, o dedo ou uma mão em movimento têm sido tradicionalmente as ferramentas utilizadas.

Quando introduzimos as ferramentas xamânicas na Hipnose, novas técnicas, recursos, atitudes e competências surgem naturalmente. A inspiração, a sensibilidade e a criatividade se potencializam nas sessões. Pois o xamã é considerado um “proto-poeta”, por quase sempre suas técnicas dependerem da criação de circunstâncias linguísticas especiais, ou seja, de canção e invocação.

“Acompanhado por tambor e maracá, pelos efeitos das plantas expansoras, trajes e danças, o xamã entra em transe através do poder de suas próprias palavras. E uma vez em transe, recebe a mensagem especial que ele tem a intenção de aprender. Esta mensagem é entregue em outro idioma, geralmente uma língua nativa. Esta é a linguagem da transformação, a linguagem do inconsciente, sempre apoiada com palavras mágicas e arquetípicas.”

Os praticantes contemporâneos de hipnoterapia, particularmente aqueles influenciados pelo trabalho e abordagem do Dr. Milton Erickson, dependem, em grande medida, da sua capacidade para entrar em transe, juntamente com seus clientes, para invocar o transe e poderosas mudanças em transe, através de circunstâncias linguísticas especiais. Padrões da linguagem hipnótica, que nos encorajam a “inventar” a nossa própria gramática.

Nossas mentes estão condicionadas a receber a comunicação verbal em determinados padrões “gramaticalmente corretas”. Mas quando recebemos informações que foram codificadas de forma diferente, elas criam confusão e abrem as portas para novas e criativas maneiras de pensar.

Por isso que nas sessões de Hipnoterapia Xamânica, sugerimos sempre, a entoação de cantos e mantras, susurrando no ouvido do cliente, enquanto o mesmo se encontra em transe.

Além das palavras, há também a música de entrega. Quando nos entregamos aos cantos, durante as sessões de hipnoterapia, um certo ritmo e cadência se desenvolve no transe, naturalmente, permitindo que a mente consciente se afaste. E assim, a mente inconsciente começa a fornecer um fio surpreendente de imagens e metáforas … muitas vezes com rima interna e ritmo!

E é dessa maneira, que os xamãs muitas vezes demonstram um comando magistral de linguagem para contar histórias. Com suas histórias, eles comunicam ideias complexas sobre o amor, o perdão, fé, esperança e auto-transformação. Eles praticam a arte sofisticada de um mestre em hipnoterapia, sem nunca demonstrar qualquer percepção das técnicas que estão usando. Eles usam a antiga arte de contar histórias – uma ferramenta magistral de persuasão e, sem dúvida, a mãe da hipnose.

O uso de fábulas hipnóticas de contar histórias, é outra sobreposição entre antigas práticas xamânicas de cura e o trabalho do Dr. Milton Erickson, e aqueles que seguiram seus passos.

Outras técnicas da Hipnoterapia Xamânica, consiste em utilizar objetos, figuras e artefatos incomuns na sala de tratamento, assim como o uso da cromoterapia para induzir estados de ondas cerebrais alfa-teta, queima de sálvia, incenso, ou aromaterapia com óleos essenciais para ancorar a aprendizagem. Assim como também, indução musical ao transe, utilizando percussão repetitiva com tambor e canto harmônico, que estão fora da realidade normal do cliente. Estas técnicas ajudam a envolver o cliente em seu drama simbólico, encorajando-lhe continuamente a desenvolver e sustentar as imagens do seu processo de cura pessoal.

As técnicas do Xamanismo, são provavelmente as técnicas de cura mais antigas da humanidade, muito semelhantes as da hipnoterapia, embora diferentes técnicas sejam utilizadas. Porém, o mais importante, é que o transe, o principal agente de cura, seja bem praticado nesta arte, uma vez que é exigido um maior grau de sensibilidade criativa.

Certamente, esse trabalho vai render muitos benefícios, muitas vezes além do esperado!

Lindo seja seu caminhar.

Jaya Ahow

Akaiê Sramana

ARTIGO: HIPNOSE E XAMANISMO

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